terça-feira, 28 de setembro de 2010

Rene Silva no RG.Com

Muito prazer... meu nome é Rene Silva dos Santos, sou morador do Morro do Adeus, comunidade que fica dentro do Conjunto de Favelas do Alemão, em Bonsucesso, na zona norte do RJ.
Tenho 16 anos, e atualmente curso o 1o ano do ensino médio no Colégio Estadual Lélia Gonzales. Eu curto muito acessar a internet para ler emails, gosto muito de receber emails importantes e que fazem a diferença. Gosto bastante de usar a ferramenta do Twitter e do Facebook.
Quando surgiu a idéia de criar um jornal comunitário, e por quê?
Aos 11 anos decidi criar um jornal pra minha rua logo depois que eu participei do Jornal-Escolar. A idéia deu certo, e consegui patrocinadores, anunciantes que mantém o jornal circulando com 3 mil exemplares no Morro do Adeus, dentro do Conjunto de favelas do Alemão.
O jornal "Voz da comunidade" surgiu quando eu estava com meus primos e amigos e tínhamos que decidir um nome que chamasse atenção dos moradores, decidimos então colocar este nome porque a idéia era dar voz para a população desta rua e comunidade.
A idéia do jornal é desmistificar um pouco o "mito" da vida em comunidade, dando voz aos moradores?
Sim, a idéia na verdade é mostrar ao povo da comunidade o que está acontecendo na sua própria comunidade e assim aumentar a expectativa de algum evento divulgado através do jornal. Temos a idéia também de mostrar que a comunidade não é só o que as pessoas assistem na TV ou lêem em jornais e revistas, é totalmente diferente, é a comunidade dos moradores.
Desde o surgimento do jornal até a presente data, qual foi à manchete mais importante em sua opinião e\ou qual você mais curtiu em fazer?
A que mais me chamou atenção foi a de uma moradora, a Dona Maria, que mora na Rua Horácio Picorelli, eu me lembro que em janeiro de 2006, teve aquela chuva bem pesada e esta moradora perdeu tudo. Foi a minha primeira reportagem, e a que deu uma grande repercussão na comunidade.
Como é a reação dos moradores? Eles interagem com você - jornal enviando sugestões de pauta, querendo colaborar na equipe?
Os moradores sempre me ligam, ou quando me vêem na rua dizem para colocar alguma reclamação de esgoto a céu-aberto, essas coisas sempre são pedidas quando eu ando na rua. Também temos um canal bastante usado que é o email, alguns enviam fotos para serem publicadas no Jornal e eu já reservo o espaço na próxima edição.
E a parceria com AfroReggae?
A parceria com o AfroReggae surgiu este ano, na verdade. O José Júnior me conheceu através do twitter, tentei falar bastante com ele, até que um dia ele me respondeu e começamos a conversar, marcamos um dia pra conversar e daí pra frente só aumentou o trabalho...rs
Conseguimos muito apoio e parceiros através do AfroReggae. Eles até pagaram adiantado a última página do jornal por um ano. É deles, reservaram!!!
Que mudanças este trabalho comunitário trouxe para a vida do adolescente Rene Silva?
Bastante, as pessoas me vêem como exemplo na comunidade, até mesmo os jovens da minha idade, que costumam acessar bastante internet e assistir TV estão sempre ligados e antenados no que está passando, e quase sempre está passando uma matéria sobre a história do meu jornal em algum canal.
E, como você a oportunidade que a web traz de disseminar conteúdo, valores de uma "minoria" para a sociedade, e reafirmar que ali tem pessoas de bem, tem pessoas que buscam através de suas ações um amanhã mais próspero?
Vejo isto como um avanço tecnológico, às vezes eu penso assim, “será que isto é real”?
É mais que real! As pessoas realmente te reconhecem e tendem a ter certa confiança na qual nunca será perdida, se depender de mim.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Livros sem Fronteiras com Johannes Van De Ven

Johannes van de Ven,
Louvaina, Bélgica,
Professor

O que te atrai num livro, na literatura?
Livro para mim representa horizonte novo, viagem pelo espaço, encontrando sabedorias e sabores, entrando em mundos imaginários, conhecer outros ambientes, decifrar outras culturas, conhecer novas pessoas, alimentação mental, nova inspiração intelectual e espiritual...

Porque você lê? Livro é bom?
Leio para crescer. Leio para alimentar a minha alma, a minha consciência, o meu espírito. A curiosidade é a mãe da sabedoria e da ciência. Não há progresso, sem leitura.
Livro para mim é contemplação, às vezes para estruturar algo confuso, às vezes para superar limites arbitrariamente impostos por burro-cratas... Livro para mim é sempre o melhor e maior presente para aniversário e Natal.
Sempre estou curioso em saber quais são os livros que as pessoas estão lendo. Ler é realizar sonhos e, ao mesmo tempo, criar novos sonhos... Ler é um caminho que não tem destino final, é uma caminhada contínua, uma viagem só de ida pelo espaço e tempo.

O que você acha que se deve fazer para que as pessoas leiam mais...
Em primeiro lugar, os pais, e em segundo lugar, as escolas, tem um papel extramemente importante para estimular leitura. Acho que os pais e as escolas deveriam alimentar bem mais o mundo de leituras.
Leitura abre novas perspectivas para pessoas que enfrentam dificuldades.
Leitura abre espaço e novos ambientes para pessoas que não tem meios para viajar para fora.
Leitura enriquece a alma e aumenta oportunidades no mundo de trabalho. Ou seja, só tem vantagem. Livro pode servir para equilibrar pessoas, é curativo, é uma tremenda riqueza que custa relativamente pouco.

No seu país as pessoas lêem muito, ou não...
Aqui na Europa, as pessoas lêem bastante. Nos trens, as pessoas sempre tem um jornal ou livro. Até nos trens, tem vagões só para leitura. Isso é bom demais. Porém, acho que as pessoas ainda perdem muito tempo com notícias e televisão.
Ler um bom livro, aprofundar conhecimento, é bem mais importante e interessante do que ler apenas manchetes no jornal ou ver o jornal na televisão. Uma super vantagem de viver aqui na Europa é o acesso a outras línguas: ler livros em várias línguas aumenta o conhecimento do outro.
Ler um livro em português, alemão, francês ou inglês não é a mesma coisa. Uma outra língua é um outro modo de entender a realidade, explicar o mundo. Falar outras línguas abre novos horizontes. O livro traduzido perde muito.
Por exemplo, acho impossível ler o Jorge Amado numa outra língua pois é simplesmente impossível captar aqueles gestos tão brasileiros. É complicado traduzir conceitos tão brasileiros como "saudades", "jeitinho" mas também "não vendo fiado" ou "deu um imprevisto" para um gringo... Língua é cultura.

Quantos livros você costuma ler num ano?
Vários. Costumo ler vários livros ao mesmo tempo. Começo o dia com o jornal, mas só para uma leitura dinámica. Durante o dia, gosto de ler pesquisas e livros científicos. Durante à noite, quero viajar na cabeça, ou seja, ler ficção, isso é bom para alimentar a curiosidade! Recomendo "O Mundo de Sofia" do noruguês Jostein Gaarder e "A alma imoral" do rabino carioca Nilton Bonder para aumentar horizontes.
Recomendo os livros do Salmon Rushdie, Jorge Amado e José Saramago para outras viagens pelo espaço e tempo. Também recomendo todos aqueles "clássicos do bolso" que você pode comprar nos bancos de jornal por preço de banana, especialmente o maravilho "Candide" de Voltaire, que continua sendo para mim o livro nº 01 de todos os tempos!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

... HAVIA UM SONHO...

Havia um sonho...
Um sonho de ser cantor...
... Havia também um público que o vaiou;

Havia um sonho...
Um sonho de ser ator...
... Havia também obstáculos que o interditou;

Havia um sonho...
Um sonho de viver...
... Havia uma mente limitada que o impedia de crescer;

Havia um sonho...
Um sonho de descobrir...
... Havia a certeza de que em alhures tudo é melhor do que aqui;

Havia um sonho...
Um sonho de realizar...
... Mas,para realizar é necessário... parar somente de sonhar.

Cristiano De Jesus

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Felippe Ciannella no RG.Com

Muito prazer, eu sou Felipe Ciannella.
Tenho 24 anos, sou graduando em Fisioterapia, na UNIFESO, do 9º período. Trabalho atualmente como estagiário na Secretaria de Esportes de Teresópolis. Procuro sempre, quando tenho um tempo, estar com meus amigos, coisa que é bem difícil, pois a rotina de estudo e trabalho é bem corrida. Moro com meus pais, e sempre que tenho um tempo procuro viajar, principalmente para lugares com praia.

Ah! e também amo trabalhar com crianças.

Empreender na área da saúde é...

Procurar sempre estar se atualizando com cursos e artigos acadêmicos para poder acompanhar as constantes mudanças do dia-a-dia e  assim, poder empregá-las no trabalho. Não basta apenas ter boa vontade, temos de estar preparados para garantir o melhor para os pacientes. Eu pretendo sempre promover a saúde, principalmente de  quem estou tratando.

Consciência Social + Voluntariado = Projeto Alegria ?

Sim. Faço parte de um grupo, que realiza um trabalho volúntario no Hospital das Clínicas de Teresópolis chamado PROJETO ALEGRIA, vamos uma vez na semana (aos domingos) e passamos a parte da tarde fazendo visitas a todos os setores do hospital...cantando...brincando...



Sentamos e conversamos com cada paciente, procurando saber o que houve, como se sente, e o que acha do projeto alegria, para sempre estarmos melhorando cada vez mais. E, sempre damos a oportunidade de cada paciente nos pedir a sua música favorita...a sua brincadeira...a sua piada.

Levamos um pouco de alegria para quem está em situações não muito agradaveis, os pacientes têm nos recebido super bem, e a média de aceitação é de 96% para 4% de negação.
A cada domingo que vamos realizar este projeto recebemos depoimentos de mães e acompanhantes de que a melhora de seus familiares que lá estão internados, melhorou muito depois que o nosso projeto começou a visitá-los, levando mais animação até mesmo para lutarem contra as suas enfermidades.

Acredito que, se cada um fizer mais pelo próximo com certeza teremos um mundo melhor.